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Trabalhadores são massacrados
Tendência a apoiar instrumentos de repressão pode ser tiro no pé

Arquivo
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José Isabel do Nascimento
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José Isabel do Nascimento
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O número de vítimas ainda é desconhecido. Mas o que aconteceu em Ipatinga naqueles dias 06 e 07 de outubro de 1963 está registrado nos livros*. Todos os dias os trabalhadores da Usiminas, ao largar o turno, precisavam passar por uma rigorosa revista. Por despreparo e muitas vezes prepotência, os vigilantes nem sempre sabiam lidar com a indignação dos operários diante daquela fiscalização diária, cansativa e demorada. Alguns trabalhadores chegavam a perder o único transporte que havia naquela época, que era um caminhão, onde iam na carroceria. Além do transporte precário, os “peões” tinham uma série de reclamações. A cidade não estava preparada para recebê-los. Faltava condições de moradia, alimentação, dentre outros problemas. Diante de todas as humilhações sofridas, os trabalhadores decidiram se organizar, paralisar as atividades e promover uma manifestação na porta da empresa (local onde hoje está o Shopping do Vale). O problema é que a polícia, armada, inclusive com uma metralhadora, abriu fogo contra os manifestantes. O fato, que ficou conhecido como “Massacre de Ipatinga” ilustra como a polícia pode ser usada para reprimir e violentar ainda mais o povo. 
 
Massacre não é coisa do passado
 
Alguns podem se sentir atraídos pelo discurso de que “bandido bom é bandido morto” ou de que “o erro da ditadura foi torturar e não matar”. Há quem defenda a repressão como forma de conter a violência. Mas a história do Massacre de Ipatinga e de muitos outros massacres revelam que não é armando ainda mais as polícias que se alcançará a paz. Em entrevista à Revista Fórum**, Thiago Melo, do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos, diz que a polícia está subordinada ao poder político e a uma lógica de Estado que lança mão de expedientes pouco democráticos para a gestão de conflitos sociais, seja no campo, seja na cidade. Ou seja, é uma polícia que, na maioria das vezes, tem sido usada não para atender as demandas do cidadão e sim para defender quem está no poder. Dessa forma, entendem que aqueles que questionam e vão contra o Estado devem ser silenciados. Que o conflito não pode existir. Por isso é frequente também na atualidade ver casos de manifestações serem reprimidas covardemente, com foi o caso do massacre dos professores no Paraná em 29 de abril de 2015. Trabalhadores esses que justamente estavam lutando contra o confisco da poupança previdenciária promovido pelo então governador Beto Richa. Vários estudos comprovam que a educação sim é uma forma eficiente de combater a violência. Porém, os governos não têm tratado os professores com a devida valorização, que seria um ótimo presente para a categoria nesse 15 de outubro.
 
Ascom/SECI
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Google Imagens
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É preciso desconfiar
 
Portanto, os trabalhadores não podem se esquecer que os direitos trabalhistas que têm hoje foram conquistados porque houveram pessoas que protestaram para alcançá-los. E que para ampliar esses direitos, ou pelo menos mantê-los, será preciso mobilização. Mas como isso será feito se os manifestantes encontrarem à sua frente policiais armados até os dentes? É urgente fazer essa reflexão para que a sociedade não compre uma ideia de “segurança” que pode custar não só a liberdade de protestar como até a vida. 
 
* Alguns livros que relatam o Massacre de Ipatinga: 1. “Massacre de Ipatinga – Mitos e Verdades”, de Marilene Tuler; 2. “Não foi por acaso”, de Marcelo Freitas; 3. "O Massacre de Ipatinga", Carlindo Marques Pereira. Também há documentários sobre o fato: 1. “Senta a Pua”, de Nilmar Lage e Thiago Moreira; 2. "Silêncio 63", de Fábio Nascimento.
** Disponível em: https://www.revistaforum.com.br/a-policia-nao-esta-a-servico-do-cidadao/
 


Fonte : Ascom/SECI




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