No dia 11 de abril a atualização da Defesa Civil de Minas Gerais confirmava 229 mortos devido ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Passados dois meses desse crime, 48 pessoas estão desaparecidas. Esses números fazem desse crime o maior acidente de trabalho da história do Brasil. Segundo o chefe do serviço de epidemiologia e estatística da Fundacentro, Marco Antonio Bussacos*, considerando todas as vítimas não localizadas, em único acidente morreu mais gente do que todas as mortes por acidente de trabalho registradas em Minas Gerais durante um ano inteiro”. 

 

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) os acidentes de trabalho matam mais de 300 mil pessoas por ano. E o Brasil fica na quarta posição entre os países que mais registram esse tipo de acidente. Dados do Anuário Estatístico da Previdência Social (Aepes) revelam que durante o ano de 2016 foram registrados 578,9 mil acidentes do trabalho no INSS. Tanto no caso de Brumadinho, quanto nos demais acidentes, a raiz do problema está no descumprimento das normas regulamentadoras, como condições dignas no local de trabalho, segurança e treinamentos, além da ausência de fiscalização.

 

Para refletir sobre a saúde e segurança no trabalho, foi criado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, celebrado em 28 de abril. Essa data foi escolhida em homenagem a 78 trabalhadores mortos em uma mina no estado da Virgínia (EUA), em 1969. 

 

O SECI acredita que a memória desses trabalhadores, vítimas do descaso e da impunidade, deve ser sempre lembrada. Só assim, com denúncia, luta e protestos da população, as empresas e governos passarão a colocar a vida acima do lucro.

 

* Em entrevista ao O Tempo, disponível em https://www.otempo.com.br/hotsites/nunca-mais-at%C3%A9-quando