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Desigualdade social aumenta
Enquanto 1% mais rico concentra 28,3% da riqueza do país, mais da metade da população dica com apenas 13,9%

@_artbr
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Se a riqueza do Brasil fosse comparada a um bolo, diríamos que a divisão das fatias está cada vez mais injusta. Isso é o que mostra uma pesquisa, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), divulgada no dia 15 do mês passado. O trabalho avaliou as mudanças na desigualdade de 2014 a 2019. Esse levantamento aponta que nesse período, enquanto o 1% mais rico teve aumento de 10,11% nos seus rendimentos, 50% da população, formada pelos mais pobres, perdeu 17,1% da sua renda. Ou seja, a distância entre ricos e pobres tem aumentado e não se compara nem mesmo ao pico histórico da desigualdade brasileira, registrado há 30 anos. 
 
Pobres são os mais afetados
 
Para se ter uma ideia do abismo que está entre ricos e pobres, basta comparar seus rendimentos brutos. O 1% mais rico, em torno de 1,4 milhão de pessoas, concentra 28,3% da riqueza do país, o que representa renda média individual de R$140 mil por mês. De outro lado, os 50% mais pobres, cerca de 71,2 milhões de pessoas, ficam com 13,9% dos rendimentos do país, que representa menos da metade dos muito ricos. São exatamente essas pessoas que mais sofreram os efeitos da crise e que estão demorando mais para se recuperar.
 
O estudo, intitulado “A Escalada da Desigualdade”, coordenado pelo economista Marcelo Neri, aponta ainda que dentre os principais motivos para a queda do poder de compra das famílias mais pobres está o aumento do desemprego, que atinge atualmente 12,8 milhões de brasileiros. Do final de 2014 ao final de 2017, o aumento da pobreza extrema foi de 33%, passando de 8,38% para 11,18% da população. Esse contingente, de pessoas que vivem com menos de R$233 mensais, representa 23,3 milhões de pobres no país, um grupo maior que a população chilena.
 
Brasil perde mais de uma década 
 
Esse nível elevado de concentração de renda faz o Brasil ser o país democrático com maior fosso social entre ricos e pobres. Isso é o que aponta o Relatório da Desigualdade Global, da Escola de Economia de Paris, divulgado dia 19/08 pela Folha de S. Paulo. 
 
Mesmo se o índice de desigualdade se mantiver constante, acrescentando o crescimento do PIB ano a ano até 2030 as projeções apontam que a pobreza apenas voltaria a níveis próximos aos de 2014. Ou seja, resultaria em uma década e meia perdida no combate à pobreza. Isso, segundo o estudo da FGV Social, ilustra a importância não só de políticas de combate à desigualdade de renda, como também de políticas voltadas aos mais pobres. “Uma lição da crise atual é olharmos primeiro para os mais pobres, buscando protegê-los e assim preservando o movimento da economia como um todo”, destaca o estudo. 
 
Salário digno combate a desigualdade
 
Além dos altos índices de desemprego, o aumento da desigualdade está associada também à precarização do trabalho, ao resfriamento de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e à não renovação da política de valorização do salário mínimo. Nota Técnica do Dieese, de abril deste ano, mostra que a elevação do valor real do salário, com o consequente aumento do poder de compra da população, foi um mecanismo importante de estímulo ao desenvolvimento e fortalecimento do mercado consumidor interno, refletindo no combate à pobreza e à desigualdade.
 
Portanto, mais uma vez o SECI destaca a importância dos empregados no comércio se conscientizarem de que precisam envolver-se na luta contra a desigualdade social para terem qualidade de vida. E uma das formas de fazer isso é lutar por mais direitos sociais, ao invés de ficar assistindo a retirada dos poucos que foram conquistados. A política de valorização do salário mínimo já foi suspensa. A reforma trabalhista passou com o argumento de que geraria empregos, o que não se comprovou. Mesmo assim, a reforma da previdência foi aprovada com o mesmo argumento. Diariamente aparecem propostas para defender os interesses do poder econômico. Então, não é à toa que as pesquisas mostram que o poder de compra do trabalhador tem despencado enquanto uma mínima parcela da população enriquece. Tudo isso demonstra que os mais ricos querem retirar até as migalhas da pequena fatia do bolo da riqueza destinada aos mais pobres. Ainda mais nesse momento, quando os comerciários de Ipatinga negociam reajuste salarial e benefícios, é preciso ter claro que quem produz a riqueza deve ter direito a uma fatia justa da riqueza. Mas para isso acontecer é preciso que os trabalhadores estejam juntos e cientes de que salário e condições dignas de trabalho são condições essenciais para combater a desigualdade. Só assim o Brasil se tornará uma nação verdadeiramente independente, com desenvolvimento e justiça social.
 
Pesquisas:
A Escalada da Desigualdade (FGV-Social), disponível em: https://cps.fgv.br/Desigualdade
A importância da política de valorização do mínimo e a urgência de renová-la (Nota Técnica do Dieese), disponível em: https://www.dieese.org.br/notatecnica/2019/notaTec205SalarioMinimo.html 

Fonte : Ascom/SECI




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