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13/05/2020

Uma revolucionária no combate a epidemias
Florence Nightingale é referência para os profissionais da área de saúde

Getty Images
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Florence Nightingale: responsável por novos parâmetros no tratamento de pacientes em hospitais

No início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu 2020 como o Ano Internacional da Enfermagem para reconhecer o trabalho destes profissionais em todo o mundo e defender mais investimentos em melhores condições de trabalho e desenvolvimento profissional. Àquela época, não sabíamos como isso faria tanto sentido, tão pouco tempo depois. Mas por que 2020?
 
Porque há 200 anos atrás, no dia 12 de maio, nascia Florence Nightingale – uma enfermeira que revolucionou o cuidado em saúde no seu tempo e deixou contribuições muito atuais. As guerras nos anos 1850 – 1860 na Inglaterra produziram verdadeiros depósitos de soldados “inutilizados” que aguardavam pela morte, amontoados em lugares escuros, fechados, com muita solidão e dor. Eram pessoas que a sociedade renegava, deixava a margem de qualquer dignidade porque a morte era o caminho natural.
 
Florence denunciou esta situação à Rainha e, por sua conta, uma comissão de inquérito foi aberta. Mas além disso, ela propôs soluções e foi a campo trabalhar. Suas contribuições foram simples: lavagem de mãos, arrumação de camas, talheres limpos, limpeza e ventilação do ambiente, cartas a familiares para amenizar a dor e... cuidado. Com estes “detalhes” de uma tecnologia leve, ela reduziu a mortalidade daqueles soldados e influenciou em definitivo o sistema de saúde Inglês. Lavar as mãos não era uma simples ação. Havia muita ciência por trás e com dados estatísticos de relatórios que ela mesmo produzia, Florence comprovou a eficácia daquele trabalho e deixou contribuições para a epidemiologia hospitalar.
 
Duzentos anos depois de Florence, o mundo se rende à necessidade de resgatar conceitos básicos de higiene e gestão, “simplesmente” saúde por dados e fatos. Podemos traçar um paralelo entre os soldados renegados e as pessoas que vivem hoje à margem de condições mínimas de saneamento básico, pedindo para serem vistas pelo mundo porque elas não precisam morrer. Podemos relacionar o que projeções epidemiológicas dizem sobre o pico da pandemia e os impactos no sistema de saúde feitos hoje, com o que Florence explicava às universidades e escolas de saúde sobre suas ações naquele tempo.
 
O avanço das tecnologias duras, daquilo que materiais e equipamentos representam, sem dúvida nenhuma trouxe melhorias às condições de vida e ao tratamento de doenças. Respiradores salvam e hoje são fundamentais. Tablets substituem as cartas que soldados recebiam à época da guerra, amenizando a solidão de quem está isolado em um hospital. Mas para quem adoece, o toque de mão continua sendo a maior força do cuidado.
 
O novo coronavírus nos faz lembrar que esta tecnologia leve, aquela que é relacional, jamais cairá em desuso e tampouco perderá sua importância. O cuidado não é apenas um dom divino e por isso sem valor capital. Toda a tecnologia – seja leve ou dura – vem do grego: técnico, arte, ofício. A enfermagem chega a ser 70% da força do trabalho em saúde e as mãos complementam os cérebros para além deles. É preciso saber cuidar com base na mesma ciência que faz um respirador.
 
Que haja reconhecimento e respeito profissional a toda esta categoria, exatamente o que a OMS propôs para este ano. Resgata-se dolorosamente a importância que o essencial e o simples têm em nossas vidas. Palmas para todos nós que fazemos da enfermagem uma missão com muita ciência.
 
* Enfermeira, pesquisadora do Centro de Estudos em Gestão de Serviços de Saúde (CESS) da UFRJ e integrante do Grupo Técnico (GT) de enfrentamento a COVID-19 da UFRJ

Fonte : Chrystina Barros* - Época




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