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Dia Mundial da Água
Defender a vida é lutar para que todos tenham acesso a esse bem

Severino Silva
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A mãe se recuperava de uma cirurgia e necessitava de cuidados. Mas a situação se complicou quando o alto do bairro Vila Celeste ficou sem água. Foram cerca de três dias com as torneiras secas por causa de um problema de abastecimento da Copasa. Mas o que aconteceu esporadicamente em várias residências do Vale do Aço na primeira quinzena de janeiro, é a realidade de cerca de 35 milhões de brasileiros que não têm acesso à água potável. Esses dados, do ranking de saneamento, foram apresentados no ano passado pelo Instituto TrataBrasil, no Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março.
 
Sem água, sem vida
 
Cerca de 70% do corpo humano é composto por água. Isso significa que a água é indispensável à manutenção da vida, pois garante saúde e dignidade. No entanto, enquanto para alguns falta água até para beber, outros fazem uso “luxuoso” desse recurso. Isso é o que afirma o filósofo, doutor em Planejamento Urbano e Regional e autor do livro “Água e Luta de Classes”, Walter Aragão. Em entrevista ao Informativo Comerciário, ele falou sobre como é possível lutar pelo fornecimento justo de água e serviços de saneamento.
 
Busca do lucro gera exclusão
 
De acordo com Aragão, a população precisa se atentar para o risco de privatização da companhia de saneamento. Isso porque pode aumentar ainda mais a desigualdade no acesso aos serviços de água e esgoto. Como a empresa privada prioriza o aumento dos lucros, ela quer reduzir custos. Na maioria das vezes isso afeta o parâmetro de qualidade. Segundo ele, aconteceu assim na Argentina nos anos 90. Os ensaios químicos que eram feitos de hora em hora, para garantir a qualidade da água, passaram a ser realizados apenas uma vez ao dia. 
 
Além da perda na qualidade, a busca do superlucro faz aumentar as tarifas. Isso porque na privatização há uma forte tendência de dolarização da água, como tem acontecido com a gasolina. Num contexto de desemprego e salários baixíssimos, essa mudança pode trazer ainda mais exclusão, conforme aponta o doutor em planejamento urbano. “As prefeituras terão de pagar a conta das favelas ou não terá abastecimento lá!”
 
Direito à cidade
 
Mesmo com todas essas consequências, temos governos que são declaradamente favoráveis à privatização. Por isso, de acordo com Aragão, uma das formas de lutar pelo acesso universal à água e aos serviços de saneamento é tentar eleger governos e parlamentares democráticos e populares, que defenderão políticas públicas para as maiorias. 
 
Além disso, outra luta popular que precisa ser resgatada, segundo ele, é a do “direito à cidade”. “Há bastante estrutura no Brasil, mas a especulação aumenta o preço da moradia e expulsa os trabalhadores para as periferias desequipadas”, explica. Portanto, é preciso lutar por moradia popular nas partes equipadas das cidades. E não só isso. “Fazer reforma agrária para oportunizar vida no campo a quem queira ir viver e trabalhar lá! A União Europeia, por exemplo, paga subsídios para os jovens irem viver no campo e assim aliviarem os problemas urbanos”. Então é possível construir uma sociedade onde todos possam ter acesso à água e condições dignas de vida. Para isso, é preciso escolher melhor aqueles que fazem as políticas públicas e, principalmente, acompanhar/cobrar para que a vida e os interesses do povo estejam acima do lucro.
 

Fonte : Ascom/SECI




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